Filme Ainda Estou Aqui, de Walter Salles, vence o primeiro Prêmio Lihuén

 

O cinema brasileiro acaba de conquistar mais um reconhecimento internacional. O filme Ainda Estou Aqui, dirigido por Walter Salles, foi o grande vencedor do Prêmio Lihuén de Melhor Filme Ibero-americano, entregue pela Academia de Artes Cinematográficas do Chile. A conquista marca a primeira edição do prêmio, voltado exclusivamente para produções em português e espanhol, reforçando a força e o alcance do audiovisual latino-americano.


A produtora Maria Carlota Bruno recebeu o troféu em nome da equipe e destacou a importância da premiação: “Este reconhecimento é ainda mais especial por se tratar da primeira edição de um prêmio que celebra o cinema falado em português e espanhol”. Ela também lembrou o significado simbólico da palavra que dá nome ao prêmio: “Descobri que ‘lihuén’ significa ‘luz’ em mapuche. Que bonito que Ainda Estou Aqui receba um prêmio com esse nome, pois o filme busca iluminar a história de Eunice Paiva e sua família e, através dela, a de tantas famílias que sofreram na ditadura”.


A história por trás de Ainda Estou Aqui


O longa se passa no Brasil de 1971, durante o auge da ditadura militar. Inspirado nas memórias de Marcelo Rubens Paiva, o filme retrata a luta de sua mãe, Eunice Paiva, que cria sozinha cinco filhos após o desaparecimento do marido, sequestrado pela Polícia Militar e morto sob custódia estatal. Com sensibilidade e impacto, Walter Salles transforma essa história em uma obra que transcende o drama pessoal e se conecta a uma memória coletiva de resistência.


Sucesso de público e crítica


Além do reconhecimento internacional com o Prêmio Lihuén, Ainda Estou Aqui também alcançou números impressionantes. O longa foi exibido em mais de 30 países, ultrapassou 8,3 milhões de espectadores no mundo e permaneceu por 21 semanas em cartaz no Brasil, atraindo 5,8 milhões de pessoas aos cinemas. No streaming, a produção também fez história: sua estreia no Globoplay foi a maior da plataforma até hoje, consolidando o filme como um fenômeno cultural.


Um marco para o cinema brasileiro


A vitória de Ainda Estou Aqui no Prêmio Lihuén reforça a relevância do cinema brasileiro no cenário internacional e abre espaço para que histórias contadas em português ganhem ainda mais visibilidade. O nome do prêmio, que significa “luz” em mapuche, sintetiza a proposta da obra: lançar luz sobre memórias muitas vezes silenciadas, mas fundamentais para compreender a trajetória de famílias e de todo um país.


Com esse reconhecimento, Walter Salles e sua equipe reafirmam o poder transformador do cinema em resgatar histórias, emocionar plateias e fortalecer a identidade cultural do Brasil no mundo.



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