Mais de 1,2 mil nomes de Hollywood se uniram em um movimento histórico: diretores, roteiristas e atores de peso assinaram uma carta aberta prometendo boicotar Israel e suas instituições cinematográficas. A iniciativa, organizada pelo coletivo Film Workers for Palestine, coloca o cinema no centro de uma discussão política global e já está entre os temas mais comentados do entretenimento internacional.
O que motivou o boicote a Israel?
No dia 8 de setembro de 2025, o coletivo Film Workers for Palestine divulgou uma carta aberta em que artistas se comprometem a não colaborar com festivais, estúdios, salas de cinema ou emissoras israelenses. O texto acusa essas instituições de serem “implicadas no genocídio e apartheid” contra o povo palestino.
Segundo a carta, os profissionais de Hollywood assumem o compromisso de “não exibir nossos filmes, aparecer em pessoa ou trabalhar de qualquer outra forma com instituições cinematográficas israelenses – incluindo festivais, salas de cinema, emissoras de TV e produtoras/estúdios – cúmplices do genocídio”.
O documento também afirma que a cumplicidade inclui tanto discursos que “suavizam ou justificam o apartheid na Palestina” quanto “firmar qualquer tipo de parceria com o governo” israelense durante esse período.
Inspiração histórica
Esse movimento não surge do nada. Ele é inspirado no Filmmakers United Against Apartheid, de 1987, quando cineastas como Martin Scorsese e Jonathan Demme se uniram para protestar contra o regime do Apartheid na África do Sul. Agora, quase quatro décadas depois, Hollywood revive esse modelo de resistência política.
Quem assinou a carta de Hollywood contra Israel?
Entre os diretores de renome, estão:
Adam McKay (A Grande Aposta)
Ava DuVernay (Selma)
Yorgos Lanthimos (A Favorita)
Joshua Oppenheimer (O Ato de Matar)
Asif Kapadia (Amy)
Lukas Dhont (Close)
Boots Riley (Desculpe te Incomodar)
Entre os atores e atrizes de destaque, chamam atenção nomes como:
Mark Ruffalo (Os Vingadores)
Emma Stone (Pobres Criaturas)
Tilda Swinton (Doutor Estranho)
Olivia Colman (Os Roses)
Susan Sarandon (Thelma & Louise)
Javier Bardem (Duna)
Elliot Page (Umbrella Academy)
Lily Gladstone (Assassinos da Lua das Flores)
Riz Ahmed (O Som do Silêncio)
Ayo Edebiri (O Urso)
Cynthia Nixon (Sex and the City)
Melissa Barrera (Pânico)
A lista, que ultrapassa 1,2 mil assinaturas, mostra a força coletiva de Hollywood em um tema que ultrapassa fronteiras culturais e políticas.
Impactos e repercussões
O boicote de Hollywood a Israel pode trazer consequências diretas para festivais de cinema, produtoras e distribuidoras internacionais que mantêm relações próximas com instituições israelenses. Além disso, a união de tantas personalidades conhecidas amplia o alcance da causa palestina na opinião pública global.
Esse posicionamento também reforça a tradição de Hollywood em se engajar em causas sociais e políticas, lembrando que a indústria do entretenimento não é apenas palco de ficção, mas também de debates e mobilizações que ecoam no mundo real.
O boicote de Hollywood a Israel representa um marco cultural e político no cenário atual. Inspirado em movimentos históricos, o manifesto organizado pelo Film Workers for Palestine traz uma mensagem clara: artistas não querem ser cúmplices de práticas consideradas genocidas e de apartheid.
Com celebridades como Emma Stone, Mark Ruffalo, Tilda Swinton e Javier Bardem liderando essa frente, o impacto pode ser profundo, tanto para a indústria do cinema quanto para o debate internacional sobre a situação na Palestina.
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