O diretor Zach Cregger, responsável pelo aguardado filme de terror A Hora do Mal, surpreendeu os fãs ao admitir abertamente que a produção tem falhas no roteiro. E, segundo ele, isso não é um problema.
Em entrevista ao Cinema Blend, Cregger contou que chegou a tentar criar uma linha temporal para conectar os acontecimentos da trama, mas percebeu que isso seria impossível: “É impossível. Eles não se conectam”. Ele também reconheceu a existência de “vários furos de roteiro gigantes”, como no caso de um policial que abandona seu carro durante o dia inteiro sem que uma criança o note.
Apesar disso, o cineasta defende que, em determinado momento, é preciso aceitar essas imperfeições: “Mas em um certo ponto, você tem que ficar: ‘está tudo bem". Parte dessa liberdade narrativa vem do uso de personagens como narradores não confiáveis, o que cria intencionalmente dúvidas sobre a veracidade dos eventos.
Um épico de terror ambicioso
A Hora do Mal é descrito como um épico de terror com múltiplas histórias interligadas, inspirado na estrutura de Magnólia, de Paul Thomas Anderson. O roteiro, escrito por Cregger, se tornou um dos mais disputados de Hollywood no início de 2023. Na época, o cineasta enviou o texto para estúdios e plataformas sem permitir leitura antecipada, o que gerou uma verdadeira guerra de lances para garantir os direitos de produção.
A vitória ficou com a Warner Bros., que fechou um contrato vantajoso para o diretor. O acordo inclui direito de aprovação do corte final — desde que o título original, Weapons, alcance uma nota mínima nas exibições-teste —, participação na bilheteria e distribuição global garantida.
Entre falhas e ousadia
Mesmo reconhecendo as falhas, Zach Cregger aposta na força da narrativa e na imersão do público para fazer de A Hora do Mal um destaque no gênero terror. A combinação de uma estrutura ousada, múltiplas histórias e narradores pouco confiáveis promete entregar uma experiência única, ainda que imperfeita — exatamente como o diretor planejou.