O aguardado live-action de Moana, produzido pela Disney e estrelado novamente por Dwayne “The Rock” Johnson, quase contou com uma tecnologia surpreendente nos bastidores: o uso de inteligência artificial para inserir digitalmente o rosto do ator em um dublê. A proposta foi considerada por mais de um ano, mas acabou sendo descartada por preocupações jurídicas.
Durante o desenvolvimento do remake, a Disney cogitou aplicar a tecnologia de deepfake em cenas de ação envolvendo Maui, personagem interpretado por The Rock. A ideia era utilizar um dublê com características físicas semelhantes — altura e porte — e sobrepor o rosto do ator por meio de inteligência artificial, tecnologia oferecida pela empresa Metaphysic, especializada em efeitos visuais com IA.
Dwayne Johnson chegou a aprovar o uso da tecnologia, que poderia facilitar as filmagens e reduzir riscos em cenas mais intensas. No entanto, apesar da empolgação inicial, o projeto encontrou obstáculos nos departamentos jurídicos da Disney. A principal preocupação envolvia os direitos sobre as imagens geradas por IA: quem seria o verdadeiro proprietário daquele conteúdo digital — o ator, a empresa de tecnologia ou o estúdio?
Esse impasse legal levou a Disney a tomar uma decisão conservadora. Mesmo após cerca de 18 meses de conversas com a Metaphysic, o estúdio optou por não usar nenhuma cena com manipulação facial via IA no corte final do filme. A decisão mostra como o avanço da inteligência artificial no cinema ainda enfrenta barreiras relacionadas à ética, privacidade e propriedade intelectual.
O live-action de Moana tem estreia marcada para 10 de julho de 2026 e conta com um elenco formado por Catherine Laga’aia no papel principal, além de John Tui, Frankie Adams e Rena Owen. Dwayne Johnson retorna como o semideus Maui, personagem que conquistou o público na animação original de 2016.
Com essa notícia, o uso da inteligência artificial em grandes produções volta a ser pauta entre os profissionais da indústria cinematográfica. A tentativa da Disney mostra o potencial da tecnologia, mas também evidencia os desafios legais e criativos que ainda precisam ser superados para seu uso ser realmente viável em larga escala.