O filme Coma - A Dimensão do Futuro, dirigido por Nikita Argunov e lançado em 2019, é uma produção russa que mistura ficção científica, ação e fantasia em um enredo visualmente impressionante. A trama gira em torno de um jovem arquiteto que, após sofrer um acidente, acorda em um mundo distorcido, fragmentado e surreal. Este universo, conhecido como "coma", é uma construção coletiva das memórias de pessoas em estado comatoso, o que resulta em paisagens absurdas e logicamente desconexas, mas carregadas de simbolismo e emoção.
A originalidade do filme está justamente em sua ambientação: o universo caótico onde as leis da física são instáveis e os cenários mudam constantemente reflete o funcionamento da mente humana em estado de inconsciência. Essa proposta visual se destaca com o uso intensivo de efeitos especiais, que criam uma atmosfera imersiva e por vezes onírica, lembrando obras como Inception e The Matrix, mas com identidade própria e influências da ficção científica russa.
À medida que o protagonista explora esse mundo, ele encontra outros indivíduos presos ali, cada um com habilidades específicas que os ajudam a sobreviver. Juntos, eles buscam entender como esse universo funciona e como escapar dele. O enredo se desenvolve como uma jornada de autoconhecimento, repleta de reviravoltas e desafios, onde a linha entre realidade e ilusão é constantemente colocada em xeque.
Coma - A Dimensão do Futuro é mais do que um espetáculo visual; é também uma reflexão sobre consciência, memória e identidade. A direção de Nikita Argunov equilibra ação com momentos introspectivos, conduzindo o espectador por um labirinto de sensações e conceitos. Embora o roteiro apresente alguns clichês do gênero, a estética inovadora e a ambição temática do filme fazem dele uma experiência única dentro do cinema de ficção científica contemporâneo.
Final explicado
O final do filme traz uma reviravolta significativa que esclarece a natureza do mundo em que o protagonista está preso e redefine sua jornada. Ao longo do filme, acreditamos que o protagonista — um arquiteto sem memória — está tentando escapar de um mundo de sonhos criado por mentes em coma. Contudo, no clímax, descobrimos que essa realidade alternativa não é apenas um subproduto de estados mentais debilitados, mas parte de uma experiência científica controlada.
No desfecho, o protagonista descobre que foi colocado no mundo do coma por um grupo de cientistas que usa pessoas em estado vegetativo para explorar o potencial da mente humana. Nesse mundo, indivíduos com habilidades especiais — como controlar a física ou criar estruturas — são altamente valiosos. O protagonista, sendo arquiteto, possui um dom raro: ele consegue "construir" dentro desse universo, moldando a realidade com sua mente. Isso o torna uma peça-chave para os planos desse grupo.
A virada final ocorre quando o protagonista rejeita o papel passivo que lhe foi imposto. Em vez de apenas sobreviver ou fugir, ele assume o controle do coma e decide lutar contra os que o manipulavam. Ele compreende que a mente tem poder absoluto naquele mundo e que, ao aceitar sua identidade e seus talentos, ele pode alterar as regras do jogo. Assim, ele se torna uma espécie de "deus" criador dentro do universo comatoso.
O filme termina com uma sensação ambígua: por um lado, o protagonista parece ter vencido e assumido o controle do seu destino. Por outro, ele permanece dentro do coma, o que levanta questões filosóficas sobre a natureza da realidade. Estar preso em um mundo ilusório, mas com liberdade e poder, é melhor do que voltar à vida real limitada? Essa dúvida é deixada para o espectador refletir, encerrando o filme com um tom existencialista e provocador.
Onde assistir
O filme está disponível nos catálogos da: Prime Vídeo, Telecine.
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