A compra da Warner Bros. Discovery pela Netflix movimentou o mercado global do entretenimento e levantou uma pergunta imediata: o que será do cinema tradicional diante do domínio do streaming? Para afastar qualquer dúvida, a Netflix declarou estar “muito comprometida” com o cinema, deixando claro que não pretende reduzir o valor das salas de exibição – mesmo assumindo uma das maiores fusões da história do audiovisual.
Netflix compra Warner: o que muda no mercado
O acordo, avaliado em cerca de US$ 82,7 bilhões, inclui a divisão de estúdios de cinema e TV da Warner e o serviço de streaming da empresa. Com isso, a Netflix passa a controlar um dos catálogos mais ricos da indústria, incluindo franquias consagradas e sucessos recentes como “Superman”, “Um Filme Minecraft”, “A Hora do Mal” e “Pecadores”.
A aquisição também muda a posição da Netflix no mercado: além de produtora de conteúdo original e líder global do streaming, a empresa agora assume também o comando de um estúdio tradicional com décadas de história.
Netflix garante que continuará lançando filmes no cinema
Diante das preocupações sobre o futuro dos lançamentos cinematográficos, o co-CEO da Netflix, Ted Sarandos, reforçou que:
“Não compramos esta empresa para destruir seu valor. Estamos profundamente comprometidos em lançar os filmes da Warner Bros. exatamente da mesma forma que eles os lançam hoje...”
Segundo ele, os lançamentos que a Warner fez recentemente nos cinemas continuariam seguindo o mesmo modelo sob o comando da Netflix. A estrutura operacional dos estúdios também será mantida.
"Se tivéssemos fechado este negócio há 24 meses, todos aqueles filmes que vimos este ano terem um desempenho tão bom nas bilheterias da Warner Bros. teriam sido lançados da mesma forma nos cinemas, como Um Filme Minecraft, Superman, A Hora do Mal, Pecadores, todos esses filmes. Com a entidade operacional da Warner Bros., acreditamos que é realmente importante a forma como eles criam e como geram valor", concluiu co-CEO à Variety
A questão da janela de exibição ainda está em aberto
Apesar da promessa de manter os lançamentos nas salas de cinema, um ponto importante ainda não foi definido: a janela de exibição. Hoje, esse período costuma variar entre 30 e 50 dias, bem menor do que o padrão pré-pandemia.
A própria Netflix já indicou anteriormente que considera duas semanas suficientes para exibição nas telonas antes da chegada ao streaming — um tema que deve voltar ao centro das discussões com a compra da Warner.
Aprovação regulatória ainda é necessária
A fusão ainda passará por análise de órgãos reguladores, que podem questionar o tamanho e o impacto da união entre as duas empresas. A concentração de catálogo e distribuição nas mãos da Netflix levanta debates sobre concorrência e equilíbrio no mercado audiovisual.
Ao afirmar publicamente que está “muito comprometida” com o cinema, a Netflix tenta equilibrar inovação e tradição em um momento decisivo para o setor. A compra da Warner marca uma virada histórica e promete transformar o modo como filmes são produzidos, distribuídos e consumidos. Resta acompanhar como serão definidas as janelas de exibição e como as salas de cinema vão se adaptar a esse novo cenário.
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