A Netflix está dando um passo ousado para transformar o futuro do entretenimento global. De acordo com fontes citadas pela Reuters e pela Bloomberg, a empresa submeteu uma “oferta em dinheiro” pela Warner Bros. Discovery (WBD), concorrendo com outros gigantes como Paramount Skydance e Comcast — e reacendendo a disputa por um dos estúdios mais influentes de Hollywood.
Uma oferta bilionária
No fim de outubro de 2025, a Netflix contratou o banco de investimentos Moelis & Co. para avaliar formalmente a compra da divisão de estúdios e streaming da Warner Bros. Discovery. Com isso, teve acesso aos dados financeiros da empresa para preparar uma proposta concreta.
Na primeira rodada, a WBD recebeu várias ofertas não vinculativas — e fez um pedido para que fossem apresentadas ofertas melhores até 1º de dezembro.
Na segunda rodada, a Netflix entrou com uma proposta “majoritariamente em dinheiro” (isto é, cash bid), demonstrando que está disposta a investir valores bilionários para tentar a aquisição.
Apesar disso, nenhuma oferta até agora é considerada definitiva. A WBD e as empresas interessadas ainda não confirmaram oficialmente os detalhes.
Por que a Warner Bros. Discovery está no centro da disputa
A Warner Bros. Discovery detém ativos muito valiosos: estúdios de cinema consagrados, o serviço de streaming HBO Max, além de franquias icônicas do cinema e da cultura pop — o que a torna objeto de desejo de várias empresas de mídia.
Em 2025, a própria WBD reconheceu que estava reavaliando “alternativas estratégicas” após receber interesse não solicitado de diversas grandes empresas. A companhia considerou vender partes — ou toda — a estrutura, abrindo espaço para essa corrida pelas propostas.
Para muitos interessados, o ativo mais valioso é justamente o braço de estúdios + streaming da Warner — e não os canais tradicionais de TV a cabo, o que explica por que a Netflix e a Comcast estão focadas nessa parte da empresa.
O que a compra da Warner significaria para a Netflix — e para o mercado de streaming
Se o acordo se concretizar, a Netflix passaria a controlar um dos acervos mais robustos da indústria audiovisual, incluindo:
Produções reconhecidas globalmente, estúdios consagrados e franquias com enorme apelo — ou seja, grande valor de catálogo.
A plataforma de streaming HBO Max, o que aumentaria significativamente sua base de assinantes e reforçaria sua presença no mercado de streaming internacional.
Para a indústria, isso poderia marcar uma nova onda de consolidação do entretenimento — com cada vez menos empresas dominando a produção de filmes/séries e o streaming. Esse movimento, embora atrativo para investidores, levanta receios em relação à diversidade de conteúdo e ao equilíbrio competitivo.
Os obstáculos — dívida, regulação e risco financeiro
Apesar da atratividade, o caminho da Netflix não é simples. A operação exigiria um empréstimo-ponte bilionário, o que elevaria o endividamento da empresa em um momento em que ela busca equilibrar crescimento e rentabilidade.
Além disso, a fusão enfrentaria forte escrutínio regulatório. Autoridades antitruste nos Estados Unidos (e possivelmente em outros mercados) tendem a questionar operações que concentram tanto poder de mercado, especialmente envolvendo estúdios e serviços de streaming com ampla penetração.
Analisistas já chamaram atenção: mesmo com ganhos potenciais de longo prazo, os desafios de integração, dívida e regulação fazem da aquisição uma jogada arriscada.
O que esperar nos próximos dias
Com o prazo para ofertas melhoradas vencendo no início de dezembro, tudo indica que a WBD deve anunciar se vai aceitar alguma proposta — o que pode redefinir o futuro do mercado audiovisual.
Se a Netflix conseguir vencer a disputa, a plataforma poderia emergir ainda mais forte globalmente. Caso contrário, concorrentes como Paramount Skydance ou Comcast ainda estão no páreo, mantendo a disputa acirrada.
De qualquer forma, os desdobramentos da negociação merecem atenção: a consolidação do setor, a reorganização de catálogos e o impacto sobre assinantes e concorrência estão no centro dessa possível revolução.
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