Funcionários da Rockstar organizam protestos globais contra demissões

 

A Rockstar Games, conhecida mundialmente por franquias como Grand Theft Auto e Red Dead Redemption, enfrenta uma forte onda de protestos organizados por seus próprios funcionários em meio à expectativa pelo lançamento de GTA 6. Mais de 200 trabalhadores da companhia se mobilizaram após uma série de demissões que, segundo eles, representam um “ato de repressão sindical sem precedentes na indústria dos games”.


Os protestos estão programados para acontecer em diversas cidades. No dia 14 de novembro, grupos de funcionários irão se reunir em frente aos escritórios da Take-Two Interactive, empresa-mãe da Rockstar, em Londres e Paris. Já no dia 18 de novembro, uma marcha deve acontecer em Edimburgo, com manifestantes caminhando da sede da Rockstar North até o Parlamento Escocês, em defesa dos colegas desligados e do direito à sindicalização.


De acordo com uma carta assinada por 220 funcionários, a empresa demonstrou “uma clara falta de respeito ao sindicato”, alegando que as demissões de 31 trabalhadores não foram causadas por vazamentos de informações, como afirmou a própria Rockstar. O documento, divulgado por meio do sindicato IWGB (Independent Workers’ Union of Great Britain), aponta que a ação da companhia tem como objetivo “amedrontar” os empregados e enfraquecer a organização sindical dentro do estúdio.


Um dos ex-funcionários demitidos destacou o apoio dos colegas em meio ao clima de tensão: "É reconfortante ver tantos colegas nos apoiando e responsabilizando a gerência – em um período em que a Rockstar quer nos amedrontar, meus corajosos ex-colegas estão marchando diretamente até a porta do nosso chefe", disse um ex-funcionário da Rockstar demitido no comunicado. A Rockstar afirma que "tomou medidas contra um pequeno número de indivíduos que distribuíram e discutiram informações confidenciais em um fórum público", e que o caso "que não tem nenhuma relação com o direito das pessoas de se sindicalizarem". O sindicato e os funcionários afetados discordam.


"É evidente para todos que acompanham essa situação que este é um ato flagrante e impenitente de repressão sindical", diz outro ex-funcionário da Rockstar. Cada um dos 31 desenvolvedores demitidos fazia parte do sindicato IWGB e de um servidor do Discord dedicado a discutir atividades sindicais.


O conflito chega em um momento delicado para o estúdio, que se prepara para o lançamento de GTA 6, um dos títulos mais aguardados da história dos videogames. Além de repercutir entre fãs e analistas da indústria, o caso coloca em evidência o debate sobre as condições de trabalho e o direito à organização sindical em grandes empresas de tecnologia e entretenimento.


Com os protestos ganhando força e atenção internacional, a pressão sobre a Rockstar tende a aumentar nas próximas semanas. Enquanto a empresa tenta conter os danos à sua imagem e garantir a continuidade do desenvolvimento de GTA 6, os funcionários seguem lutando por reconhecimento, transparência e melhores condições de trabalho — um movimento que pode marcar um novo capítulo na história da indústria dos games.



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