Wagner Moura protesta contra o uso de inteligência artificial e alerta: “A verdade como a conhecemos acabou”

 

Wagner Moura, um dos atores brasileiros mais respeitados internacionalmente, voltou aos holofotes — e não apenas por seu novo filme, O Agente Secreto. Em entrevista ao Deadline, o artista fez um forte protesto contra o uso da inteligência artificial (IA) na arte e na sociedade, destacando o risco de que a tecnologia destrua a noção de verdade. Suas declarações repercutiram fortemente nas redes e colocaram o debate sobre IA, deepfakes e ética digital de volta em evidência.


Wagner Moura critica inteligência artificial: “Isso me apavora”


Durante a entrevista, o ator foi direto ao ponto: “A ideia de que a verdade como a conhecemos acabou. Isso me apavora.” Moura destacou que a capacidade da IA de gerar rostos, vozes e até performances realistas é algo “assustador”, pois coloca em xeque a confiança do público no que vê ou ouve.


Ele citou o exemplo dos vídeos gerados por inteligência artificial, que podem reproduzir pessoas reais de forma quase perfeita. “Você vê uma pessoa falando e acredita que é ela, mas é gerado por IA. Não é a pessoa, e isso é assustador. Em quem podemos confiar?”, questionou o ator.


Além disso, Moura chamou atenção para outro efeito colateral das tecnologias digitais: a fragmentação da informação. “As pessoas vivem em mundos diferentes, cada uma recebendo um conteúdo diferente nas redes sociais. Isso também é assustador”, afirmou.


O Agente Secreto: novo filme de Wagner Moura em destaque


As declarações de Wagner Moura ocorreram durante a divulgação de O Agente Secreto, novo longa dirigido por Kleber Mendonça Filho. O filme se passa em Recife, no ano de 1977, e acompanha Marcelo (interpretado por Moura), um especialista em tecnologia que retorna à cidade natal e descobre segredos perigosos por trás da aparente calmaria local.


O elenco de O Agente Secreto conta ainda com Maria Fernanda Cândido, Gabriel Leone, Alice Carvalho, Hermila Guedes e Udo Kier. O longa foi um dos grandes destaques do Festival de Cannes 2025, onde conquistou vários prêmios importantes: Melhor Direção para Kleber Mendonça Filho, Melhor Ator para Wagner Moura, além de reconhecimentos da crítica internacional.


A estreia de O Agente Secreto nos cinemas brasileiros está marcada para 6 de novembro, com distribuição da Vitrine Filmes — e já é um dos filmes nacionais mais aguardados do ano.


O alerta de Wagner Moura sobre os riscos da IA


As falas de Moura refletem uma preocupação crescente entre artistas, cineastas e roteiristas do mundo todo: até que ponto a inteligência artificial pode ser usada sem ameaçar o trabalho humano e a autenticidade das produções culturais?


O ator brasileiro se junta a um grupo de nomes internacionais que têm alertado sobre o uso irresponsável de IA em Hollywood — especialmente após casos recentes de deepfakes, manipulação de imagens e dublagens automatizadas. Para ele, a questão ultrapassa o entretenimento: trata-se de preservar a confiança pública e a integridade das narrativas.


Com frases de impacto como “Isso me apavora” e “Em quem podemos confiar?”, Wagner Moura deu voz ao medo de uma geração que vê a tecnologia avançar mais rápido do que a capacidade de regulá-la.


Com O Agente Secreto prestes a estrear, Wagner Moura não apenas reforça sua posição como um dos grandes atores do cinema brasileiro, mas também se torna uma voz relevante no debate sobre ética e inteligência artificial. Suas críticas diretas e contundentes levantam uma reflexão urgente: em um mundo onde vídeos e falas podem ser criados digitalmente, ainda é possível saber o que é real?



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