Perlimps: Sabia mais sobre o filme

 

Perlimps é uma animação brasileira dirigida por Alê Abreu, o mesmo cineasta indicado ao Oscar por O Menino e o Mundo. Lançado em 2023, o filme encanta pela sua estética única e por sua mensagem profunda. A história se passa em um mundo mágico e colorido, onde dois agentes secretos de reinos rivais — Claé e Bruô — são forçados a trabalhar juntos para encontrar os misteriosos Perlimps, criaturas capazes de trazer a paz ao mundo. Com um visual deslumbrante e uma trilha sonora envolvente, a produção mergulha o público em uma jornada poética sobre empatia, união e esperança.


O visual de Perlimps é um dos seus grandes destaques. Alê Abreu combina técnicas tradicionais de animação com aquarelas vibrantes e traços orgânicos, criando um universo visualmente impressionante. Cada cena parece uma pintura em movimento, cheia de simbolismos e detalhes sutis. A arte não apenas encanta os olhos, mas também reforça a atmosfera mágica e onírica da narrativa. É um trabalho artesanal que reflete o cuidado e a sensibilidade do diretor com o cinema de animação como forma de expressão artística.


No centro da trama, Claé e Bruô representam opostos — luz e sombra, razão e emoção, ordem e caos. Inicialmente, eles se veem como inimigos, mas, ao longo da jornada, descobrem que têm mais em comum do que imaginavam. Essa dinâmica serve como metáfora para os conflitos humanos e a importância do diálogo em tempos de divisão. O encontro com os Perlimps, portanto, simboliza o despertar para a empatia e para a cooperação, valores fundamentais para a convivência e a preservação da natureza.


Perlimps é uma obra que fala tanto para crianças quanto para adultos. Enquanto os pequenos se encantam com a aventura e as cores, os adultos encontram reflexões sobre o mundo contemporâneo e a urgência de construir pontes em vez de muros. Com sua poesia visual e mensagem universal, o filme consolida Alê Abreu como um dos grandes nomes da animação mundial e reafirma o poder do cinema brasileiro de emocionar e provocar reflexões profundas através da arte.



Final explicado


O final de Perlimps é simbólico e aberto a interpretações, como costuma acontecer nas obras de Alê Abreu. Depois de toda a jornada de Claé e Bruô em busca dos misteriosos Perlimps, eles finalmente compreendem que essas criaturas não são seres externos ou mágicos que virão salvar o mundo — os próprios protagonistas são os Perlimps. A revelação traz um significado profundo: a verdadeira mudança, a paz e a esperança não vêm de fora, mas sim de dentro de cada um.


Essa descoberta transforma completamente a forma como Claé e Bruô enxergam o mundo e a si mesmos. Antes inimigos, eles percebem que a cooperação e o respeito mútuo são as únicas formas de superar o medo e a destruição representados pelas forças que ameaçam a floresta. A união entre os dois, vindos de reinos diferentes, simboliza a reconciliação entre opostos — um chamado para que a humanidade também encontre harmonia entre suas diferenças.


No desfecho, quando eles assumem o papel dos Perlimps, a história assume um tom mais espiritual. As cores do mundo se misturam, e o ambiente ganha uma aura de transformação e renascimento. É como se o universo mágico do filme fosse um reflexo interno das emoções e descobertas dos protagonistas. Essa conclusão reforça a ideia de que a esperança é uma força que nasce dentro de cada ser, capaz de iluminar até os lugares mais sombrios.


Em resumo, o final de Perlimps não entrega respostas literais, mas sim uma mensagem poética sobre autoconhecimento, empatia e equilíbrio. Alê Abreu convida o espectador a refletir sobre o poder da união e da consciência — mostrando que, no fim das contas, todos nós temos um “Perlimp” dentro de nós, esperando para ser despertado.


Onde assistir


O filme está disponível nos catálogos da: Prime Vídeo, Globoplay.
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