Casa de Dinamite: Pentágono critica filme da Netflix

 

O novo filme da Netflix, “Casa de Dinamite” (House of Dynamite), dirigido por Kathryn Bigelow, estreou recentemente na plataforma de streaming e já está envolvido em uma grande polêmica. O Pentágono e o Departamento de Defesa dos Estados Unidos criticaram duramente a produção, alegando que o longa apresenta uma visão “imprecisa” sobre as defesas nucleares dos EUA, levantando questionamentos sobre a representação da segurança nacional americana no cinema.


Uma história explosiva com elenco de peso


“Casa de Dinamite” traz um elenco estrelado, com Idris Elba, Rebecca Ferguson e Jared Harris nos papéis principais. A trama acompanha o pânico global após o lançamento de um míssil não identificado contra os Estados Unidos, desencadeando uma corrida contra o tempo para descobrir quem é o responsável e como responder a um possível ataque nuclear.


O filme marca o retorno de Kathryn Bigelow — vencedora do Oscar por “Guerra ao Terror” — após oito anos longe dos cinemas. Com cenas intensas e um ritmo de thriller político, a produção promete misturar drama, ação e suspense, explorando o limite entre poder, responsabilidade e desinformação em tempos de crise.


Por que o Pentágono criticou o filme


Segundo um comunicado interno da Missile Defense Agency (MDA), obtido pela Bloomberg, a obra de Bigelow “destaque que a dissuasão pode falhar, o que reforça a necessidade de um sistema de defesa antimísseis nacional ativo”, mas também “minimiza as capacidades dos EUA”. A agência ressaltou que, embora o enredo busque o entretenimento, ele passa a impressão incorreta de que o sistema antimísseis norte-americano é falho.


No longa, um personagem afirma que o sistema atual teria “apenas 50% de chance de interceptação, apesar de seu preço de US$ 50 bilhões”, baseando-se em protótipos antigos. A MDA rebateu essa informação, afirmando que “os interceptadores atuais têm demonstrado uma taxa de precisão de 100% em testes por mais de uma década”.


O Pentágono reforçou ainda que não foi consultado durante o desenvolvimento do filme e que a obra “não reflete as opiniões ou prioridades desta administração”. O comunicado oficial enfatizou que o sistema antimísseis “continua sendo um componente crítico de nossa estratégia de defesa nacional, garantindo a segurança do povo americano e de nossos aliados”.


Kathryn Bigelow defende independência criativa


A diretora Kathryn Bigelow confirmou que optou por não consultar diretamente o Pentágono, mesmo contando com especialistas que já haviam trabalhado no órgão. “Eu sentia que precisávamos ser mais independentes”, afirmou. A escolha de manter distância das instituições militares foi interpretada como uma tentativa de preservar a liberdade artística e oferecer uma narrativa mais crítica e provocativa.


Estreia e recepção


“Casa de Dinamite” teve sua estreia nos cinemas brasileiros em 9 de outubro, distribuído pela O2 Play, após uma boa recepção no Festival de Veneza 2025. Agora disponível na Netflix, o longa se destaca como uma das grandes estreias do catálogo, gerando debates sobre o papel do cinema ao abordar temas de guerra, política e segurança internacional.


Com um enredo intenso e atuações poderosas, “Casa de Dinamite” prova que o cinema ainda é um campo fértil para discussões políticas e morais. Apesar das críticas do Pentágono e das agências de defesa, o filme reforça o impacto da arte em questionar instituições e provocar reflexão sobre o mundo real. No fim, a polêmica só aumentou a curiosidade do público, transformando a produção em um dos filmes mais comentados da Netflix em 2025.



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