Paramount rejeita carta aberta de Hollywood que pede boicote a Israel

 

A Paramount Pictures se posicionou contra uma carta aberta assinada por mais de 1.200 profissionais do cinema, incluindo estrelas como Emma Stone, Joaquin Phoenix, Mark Ruffalo e Tilda Swinton, que defendem um boicote artístico a instituições israelenses. O movimento tem gerado grande repercussão no mundo do cinema internacional, reacendendo o debate sobre os limites entre protesto político e liberdade criativa.


A carta aberta que mobilizou Hollywood


O documento foi organizado pelo coletivo Film Workers for Palestine e pede que artistas deixem de colaborar com qualquer instituição cultural israelense. Segundo o texto, os signatários se comprometem a “não exibir nossos filmes, aparecer em pessoa ou trabalhar de qualquer outra forma com instituições cinematográficas israelenses — incluindo festivais, salas de cinema, emissoras de TV e produtoras/estúdios — cúmplices do genocídio”.


A carta também acusa essas entidades de contribuir para “perpetuar discursos que suavizam ou justificam o apartheid na Palestina”, além de manter vínculos com o governo israelense durante o conflito.


Entre os nomes de peso que assinaram estão, além de Stone e Phoenix, atrizes como Susan Sarandon, Olivia Colman, e atores como Javier Bardem.


Paramount se posiciona contra o boicote


Diante da repercussão, a Paramount foi o primeiro grande estúdio de Hollywood a se manifestar publicamente sobre o caso. Em comunicado oficial, Melissa Zukerman, diretora de comunicações da empresa, reforçou a visão do estúdio sobre o papel da arte:


“Na Paramount, acreditamos no poder da narrativa para conectar e inspirar pessoas, promover o entendimento mútuo e preservar os momentos, ideias e eventos que moldam o mundo que compartilhamos. Esta é a nossa missão criativa”, diz o comunicado.


O estúdio destacou: “não concordamos com os recentes esforços de boicote a cineastas israelenses. Silenciar artistas criativos individuais com base em sua nacionalidade não promove uma melhor compreensão nem promove a causa da paz.”


E continuo dizendo que “A indústria global do entretenimento deveria incentivar os artistas a contar suas histórias e compartilhar suas ideias com públicos em todo o mundo. Precisamos de mais engajamento e comunicação — não menos.”


Impactos no cinema internacional


O embate entre a carta aberta e a resposta da Paramount expõe um dilema importante para a indústria: até onde a arte pode ser usada como ferramenta de protesto político sem restringir a liberdade de expressão?


Para os defensores do boicote, é uma forma de pressionar Israel a rever suas ações no conflito.


Para a Paramount e seus apoiadores, excluir artistas apenas por sua nacionalidade enfraquece a diversidade e a função universal da cultura.


A situação pode afetar festivais de cinema, parcerias internacionais e até a exibição de produções em diferentes países, ampliando as tensões entre ativismo e mercado cultural.


A decisão da Paramount de se opor ao boicote a Israel coloca o estúdio no centro de uma das discussões mais delicadas de Hollywood. De um lado, centenas de artistas defendem a interrupção de colaborações culturais como forma de protesto. De outro, uma das maiores empresas do entretenimento mundial sustenta que a arte deve unir, e não dividir.


O resultado desse embate ainda é incerto, mas já é claro que a discussão sobre boicote cultural, liberdade artística e papel do cinema no conflito Israel-Palestina vai continuar repercutindo no cenário internacional.



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